sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Prazo Médio de Pagamentos dos Hospitais EPE

A debilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é observável através de várias formas, uma das quais com influência direta no desempenho orçamental da Administração Central – o Prazo Médio de Pagamentos (PMP). Qual a relação existente entre o PMP das entidades do SNS e a Execução Orçamental do Estado? Simples. Através do badalado (mas raramente bem explicado) mecanismo das “cativações”, atrasam-se pagamentos a fornecedores/credores e dessa forma regista-se menos “despesa”

No site da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), podemos consultar vários dados financeiros (agora finalmente atualizados), entre os quais o reporte do PMP do Hospitais EPE [link]. Entre as 39 Entidades Públicas Empresariais apenas 5 cumpriram o limite LEGALMENTE imposto para o Prazo Médio de Pagamentos em 2016. A média do país é de 228 dias, quando no final de 2015 se cifrava em 199 dias. No pressuposto de que a generalidade destas EPE conseguem um prazo de pagamento na melhor das hipóteses de 90 dias sobre a fatura e que a Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso penaliza atrasos de pagamento das entidades públicas superiores a 90 dias, constatamos que 20 entidades (mais de metade do universo de Hospitais EPE) demoram em média mais de meio ano a pagar as suas faturas de compras/fornecimentos e encontram-se nesta grave situação de incumprimento perante terceiros.

O que pode acontecer quando não se paga ao(s) fornecedor(es)?

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