Apesar de estarmos na era da informação, prevalece ainda a sobreposição (des)propositada entre os conceitos de “crescimento económico” e “desenvolvimento económico”. Assim, cumpre contribuir de alguma forma para que cada cidadão consiga decifrar a linguagem (tantas vezes
demagógica) dos “pré enchedores” do tempo de antena.
“Crescimento Económico” é geralmente medido pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB), ou
seja, a variação (positiva) da produção de uma determinada região ou país. Este
indicador basicamente soma todos os produtos e serviços dessa região ou país num
determinado período (geralmente um ano).
“Desenvolvimento Económico”, por seu lado, está relacionado com
a melhoria do bem-estar da população, sendo geralmente medido através de indicadores
de educação, saúde, segurança, justiça, rendimento, pobreza, entre outros.
Atualmente, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o critério mais
utilizado para comparar o desenvolvimento de diferentes economias. O IDH
varia entre 0 (o pior possível) e 1 (o melhor possível), sendo que Portugal
apresenta um índice de 0,83 considerado muito alto desde 2007 (altura em que
ascendeu a 0,80). O país está na parte final do Top 50 mas ainda longe da média
destes países (0,89).
O conceito de desenvolvimento é (mais)
qualitativo, pois considera sempre a afetação dos recursos aos diferentes
setores de atividade para melhorar os indicadores de bem-estar económico e
social. Resumindo, podemos dizer que o “desenvolvimento
económico” combina o crescimento com a (boa) distribuição do rendimento.
Por outro lado, podemos estar seguros que crescimento não é necessariamente significado de
desenvolvimento. Por isso, para quando a comparação de desempenhos governativos através da análise deste(s) indicador(es) de desenvolvimento em detrimento do PIB e do défice orçamental?
Recomenda-se a leitura do artigo deste blog acerca do "défice orçamental e dívida pública" [link].
Recomenda-se a leitura do artigo
Triste constatação: Na modernidade o foco está no crescimento (desenfreado ou infinito, mesmo contrariando a lógica). Concentrar
a mensagem política (e da imprensa) na taxa de crescimento do PIB e no estranho
conceito do sobe e desce do défice
orçamental indexado ao PIB para comparar desempenhos governativos é uma
farsa para tolos. Apenas para justificar a dívida soberana que é (vergonhosamente)
assumida pela Nação contando com… o seu “crescimento
económico” (no futuro, com base em estimativas que raramente se confirmam). Em última instância, as previsões falham (quase sempre) e
o ónus é integralmente assumido pelos contribuintes ou, mais concretamente… pelos nossos
descendentes.
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